segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mais um resgate do antigo blog

Por que ser diferente é bem normal
Gorda, baleia, taquara, quatro olhos, estranho... quem não teve um apelido pejorativo na infância ou na adolescência sinta-se um sortudo, as coisas são mais fáceis para você. As diferenças físicas ficam evidentes já nas séries primárias, e então a síndrome do patinho feio se instala nas vidas das crianças e parecem não ter sempre um final feliz.
Enquanto na fábula infantil a diferença faz a beleza, na vida real o final é bem diferente. Segundo um estudo publicado na revista Superinteressante de Abril/08 realizado ainda nos anos 1990 os feios ganham bem menos que o ‘bonitos’, ou seja, ser bonito facilita a vida. Os homens feios ganham em média 9% menos que os bonitos, para as mulheres feias o desprezo parece menor, elas ganham em média 6% menos, mas na China a feiúra feminina não tem perdão e a diferença entre os salários chega a 31% menos para as feias.
Mas e quem pode definir quem é feio ou bonito? A relatividade da beleza é tão grande quanto a ignorância do preconceito diante das diferenças. Se o conteúdo não depende da embalagem é pela qualidade (nesse caso qualificação) que ele deve valer mais ou menos.
Ser diferente mudou de nome, é feiúra. Não encaixar-se no estereotipo de beleza estabelecido pela sociedade muitas vezes parece crime e causa muita depressão, até mesmo nas crianças. Por isso eu que já fui a gordinha da turma venho em defesa dos ‘feios’. Abaixo a ditadura das medidas, abaixo ao preconceito, abaixo ao desrespeito.
“Feios” as mudanças devem vir de dentro para fora. Encare suas diferenças com a serenidade e a normalidade que quer ser visto, “porque ser diferente é bem normal”.

Velho novo post - resgate do meu primeiro blog


Queria que assim fossem todos os meus dias
Que eu falasse as coisas mais simples e menos intencionais
Para todas as pessoas que amo, e que elas soubessem do lugar que tem em meu coração
Queria que ao dizer essas palavras, despertasse sorrisos, queria trazer paz aos corações agitados, as mentes angustiadas, e conforto aos desesperados.
Queria que meus dias fossem ardentes como um soluço sem lágrimas, mas que neles lágrimas de tristeza não existissem.
Queria que fossem eternos como o amor que sinto pela minha vida
Não desejo que em meus dias não houvessem contratempos e erros, pois sem eles eu não cresceria.
Queria apenas ter tempo e oportunidade para concertar todos os equívocos, evoluir diante de todas as intempéries.
Queria que os dias de minha vida tivessem a beleza das flores quase sem perfume
e que fossem puros como a chama em que se consomem os diamantes mais límpidos,
que fossem repletos de uma paixão enlouquecedora, que eu conseguisse apaixonar todos esses dias a mesma pessoa.
E no fim dos meus dias queria que eles fossem como os de minha infância, onde via tudo com olhos pequenos e sonhadores e com disposição para viver apenas o presente sem pensar no amanhã.
Duane Löblein

Medo

Estava aqui pensando sobre o medo. Na minha vida o medo sempre foi muito relativo. O primeiro do qual me lembro era o medo de dormir com a porta do quarto aberta e acordar no meio da noite com um monstro me olhando. Não sei se por medo, mas eu ainda não consigo dormir com a porta aberta.
Quando se é criança até o medo é mais simples, eu tinha medo da surra depois de alguma peripécia na rua, medo dos filmes do Chuck, o Boneco Assassino. Eu temia ficar sozinha e tinha pesadelos com a minha casa sendo esmagada por um gigante.
Depois lembro de como surgiu o meu pavor, sim não é medo, é PAVOR! de aranhas. Quem me conhece sabe que foi porque uma noite, quando eu tinha 6 anos, eu peguei uma caranguejeira (pequena) na mão achando que era o pompom do meu moletom que eu havia perdido. Desde então eu fiquei de certa forma traumatizada com elas. Durante anooos eu tive pesadelos com aranhas e fazia minha irmã mais velha segurar minha mão até o sono me derrubar mais uma vez.
Hoje eu tenho saudade desses velhos medos. Saudade de temer a bronca pela nota baixa no boletim, o castigo por não obedecer o pai e a mãe. Agora meus medos são bem mais fortes, assustadores até. Eu tinha medo de ficar desempregada depois da faculdade, não fiquei. Depois tinha medo de perder o emprego, perdi. Tenho medo de não me reencontrar depois de me perder tantas vezes. Medo de sentir de novo as mesmas dores, de ter que curar as mesmas feridas.
Sem metáforas acredito muito na minha coragem de vencer esses medos. A minha estranha relação com eles é que me surpreende. Eu tenho sim pavor de aranhas, não consigo pensar na possibilidade de uma aranha encostar em mim, mas eu não chamo ninguém para matá-las, eu mesma o faço. Já se um dia uma cobra aparecer na minha frente, eu vou certamente sair correndo e chamar alguém para me salvar. E eu nem tenho pavor delas. Acho que quanto mais medo eu sinto, mais coragem eu tenho pra enfrentar.
Lembro dos filmes de terror e suspense. Os que tinham fantasmas me faziam ter pesadelos, mas mesmo assim eu os assistia. Tenho pavor de altura, mas os primeiros brinquedos que eu vou num parque de diversões são os que me elevam há vários metros do chão. Talvez eu goste da adrenalina, de sentir as pernas tremendo, do suor frio. Não sei, mas eu enfrento.
Ultimamente meu medo é ter que morar com meus pais por mais tempo do que eu suportaria sem surtar, e esse tempo é curto. Não me agrada a ideia de passar meu aniversário aqui, desempregada e morando com eles. Ainda bem que ainda faltam dois meses!