sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Repressão

Faz muito tempo que eu espero uma boa oportunidade para reativar este blog. Mas é só olhar para o histórico de posts e perceber que este ambiente é feito das minhas mais profundas decepções, tristezas e dores.
Sou egoísta, não sei compartilhar alegrias. Só escrevo quando estou triste e ainda assim espero a tristeza tomar forma, ficar densa como a lama que eu pareço me enfiar quando estou deprimida.
O motivo que me traz hoje aqui até rima com este último adjetivo. Hoje não estou deprimida, estou reprimida. Não posso falar, não posso contar o que vejo, não posso gritar muito menos jogar tudo pro alto e fugir.
Outra palavra que rima perfeitamente nesse enredo de desilusões é oprimida. Talvez, no fundo, todas elas signifiquem a mesma coisa, a minha decepção com o que fiz da minha vida. Curta vida. Vinte e quatro anos e até hoje eu não fiz nada do que eu realmente pensei em fazer. Pensando bem, eu nunca soube direito o que fazer. Vou vivendo e as coisas vão acontecendo, as pessoas vão aparecendo e os planos nunca são concretos, meros sonhos.
O maior problema de tudo isso é não poder falar. Justo eu, sempre tão falante, agora sou obrigada a engolir as palavras, fingir sentimentos e distribuir sorrisos amarelos. É angustiante viver assim, refém dos meus pensamentos. Afogada nos argumentos engolidos, nos desejos escondidos.