segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Medo

Estava aqui pensando sobre o medo. Na minha vida o medo sempre foi muito relativo. O primeiro do qual me lembro era o medo de dormir com a porta do quarto aberta e acordar no meio da noite com um monstro me olhando. Não sei se por medo, mas eu ainda não consigo dormir com a porta aberta.
Quando se é criança até o medo é mais simples, eu tinha medo da surra depois de alguma peripécia na rua, medo dos filmes do Chuck, o Boneco Assassino. Eu temia ficar sozinha e tinha pesadelos com a minha casa sendo esmagada por um gigante.
Depois lembro de como surgiu o meu pavor, sim não é medo, é PAVOR! de aranhas. Quem me conhece sabe que foi porque uma noite, quando eu tinha 6 anos, eu peguei uma caranguejeira (pequena) na mão achando que era o pompom do meu moletom que eu havia perdido. Desde então eu fiquei de certa forma traumatizada com elas. Durante anooos eu tive pesadelos com aranhas e fazia minha irmã mais velha segurar minha mão até o sono me derrubar mais uma vez.
Hoje eu tenho saudade desses velhos medos. Saudade de temer a bronca pela nota baixa no boletim, o castigo por não obedecer o pai e a mãe. Agora meus medos são bem mais fortes, assustadores até. Eu tinha medo de ficar desempregada depois da faculdade, não fiquei. Depois tinha medo de perder o emprego, perdi. Tenho medo de não me reencontrar depois de me perder tantas vezes. Medo de sentir de novo as mesmas dores, de ter que curar as mesmas feridas.
Sem metáforas acredito muito na minha coragem de vencer esses medos. A minha estranha relação com eles é que me surpreende. Eu tenho sim pavor de aranhas, não consigo pensar na possibilidade de uma aranha encostar em mim, mas eu não chamo ninguém para matá-las, eu mesma o faço. Já se um dia uma cobra aparecer na minha frente, eu vou certamente sair correndo e chamar alguém para me salvar. E eu nem tenho pavor delas. Acho que quanto mais medo eu sinto, mais coragem eu tenho pra enfrentar.
Lembro dos filmes de terror e suspense. Os que tinham fantasmas me faziam ter pesadelos, mas mesmo assim eu os assistia. Tenho pavor de altura, mas os primeiros brinquedos que eu vou num parque de diversões são os que me elevam há vários metros do chão. Talvez eu goste da adrenalina, de sentir as pernas tremendo, do suor frio. Não sei, mas eu enfrento.
Ultimamente meu medo é ter que morar com meus pais por mais tempo do que eu suportaria sem surtar, e esse tempo é curto. Não me agrada a ideia de passar meu aniversário aqui, desempregada e morando com eles. Ainda bem que ainda faltam dois meses!


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